No dia seguinte da viagem de Curitiba até a Barragem do Rio dos Touros, saímos de São José dos Ausentes rumo ao próximo destino. Como comentado post anterior, este era para ser a primeira opção, mas tornou-se a segunda. A primeira parte da viagem pela BR-285 que é asfaltada foi tranquila, porém a parte não asfaltada requer um ritmo mais lento, já que possui trechos com pequenas pedras soltas que podem te dar um susto ou te derrubar se não ficar atento, então a dica é permanecer no "trilho" das rodas dos carros pois assim você evita as pedras soltas.
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Mirante na Serra da Rocinha - RS |
Chegando no início da descida da serra encontramos uma corrente fechando a rodovia, e conversando com as pessoas já paradas ficamos sabendo que a estrada só estaria liberada a partir das 11h. Para um dos nossos companheiros de viagem que precisaria seguir outros rumos, esperar a abertura não seria interessante, dessa forma começamos a conversar sobre o próximo passo: Voltar com nosso amigo e nos separarmos para em dupla pilotar pela pela RS-020, visitar o cânion e atravessar o Rio Pelotas que divide os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, ou nos separamos naquele ponto e em dupla continuar a descida da Serra da Rocinha.
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Mirante no início da descida da Serra da Rocinha - SC |
Nos despedimos do nosso amigo desejando boa viagem que voltaria e seguiria por outros caminhos para visitar seus entes queridos no Rio Grande do Sul, e ficamos aguardando a abertura da rodovia. Esse tempo parado nos permitiu admirar um pouco mais a beleza do local pois já era possível observar o cânion e o caminho que faríamos, além da oportunidade de conversar com pessoas das mais diferentes regiões. Algo interessante é que ali estávamos na divisa entre os estados, onde no topo da serra ainda era Rio Grade do Sul mas assim que começássemos a descida estaríamos em Santa Catarina. Com a corrente removida vestimos a jaqueta, luva e capacete e começamos a descida sem muita pressa, já paramos na primeira curva para tirar algumas fotos e ver mais de perto a beleza do local.
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Foto com as Honda CB 500X que nos levaram. |
Como a rodovia está em obras, parte possui pavimento de cimento e parte permanece de chão batido com algumas pedras soltas. Durante uma parada para permitir que outros carros no sentido contrário passassem, uma destas pedras soltas fez com que a frente da minha moto escapasse e que eu pudesse conhecer mais de perto o terreno e a vegetação do local, mas nada muito grave pois a minha moto possui proteções e eu, como um bom motociclista, caí parado. Passado o susto, e com a ajuda do meu amigo para colocar a moto em pé novamente, seguimos descendo a serra e admirando a belíssima paisagem do local. Apesar da similaridade em beleza com a Serra do Rio do Rastro, conhecer a Serra da Rocinha realmente valeu a viagem tanto pela aventura quanto pela paisagem diferenciada.
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Marcão Motovlog ao lado de sua Honda CB 500 X. |
Como passava do meio-dia, na cidade de Turvo/SC paramos no Paradouro BR-285 (sugestivo o nome) para almoçar e decidir o próximo passo. A Serra do Corvo Branco por ser mais distante começava a ser um destino menos atrativo, porém a Serra do Rio do Rastro era praticamente no caminho para o hotel reservado em Orleans/SC, logo, foi o destino escolhido. O caminho passava pela Rodovia Ângelo Moro entre as cidades de Nova Veneza/SC e Siderópolis/SC, que tinha um asfalto muito bom, uma linda paisagem e muitas curvas para alegria deste motociclista. Para os católicos, algo interessante é a presença de pequenos monumentos retratando a via-sacra de Jesus Cristo.
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As Honda CB 500 X paradas com o cânion ao fundo. |
Aqui começamos a enfrentar o momento menos interessante da viagem, pois assim que iniciamos a subida da Serra do Rio do Rastro uma leve chuva se iniciou e conforme avançávamos a neblina também ficava mais densa, até o ponto que encontramos o trânsito completamente parado. Conversando com as pessoas, ficamos sabendo que um caminhão estava manobrando em uma das fechadas curvas da serra. Após aproximadamente 15 minutos aguardando, decidimos que não valeria a pena continuar subindo já que não era mais possível ver o cânion, e como ambos já tínhamos estado lá, descer a serra e voltar para o Hotel era a melhor escolha, e assim fizemos.
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Moto crossover também encara desafios. |
Durante o caminho a chuva havia parado e não tivemos contratempos, chegando ao Real NOB hotel em Orleans/SC por volta das 17h, o que nos permitiu descansar e nos preparar para no dia seguinte voltar a Curitiba. Boa parte do retorno foi com chuva e em Garuva/SC enfrentamos uma fila de quase 15 quilômetros, pois devido ao desmoronamento ocorrido na BR-376 a BR-101 não se encontrava completamente transitável.
Vídeo completo da descida:
Um agradecimento especial ao meu amigo Marcão Motovlog que me apresentou esse local, e ao meu amigo Marcos Schaefer que também contribuiu com o passeio.
Rota: De São José dos Ausentes até o final do asfalto da BR-285 foram 5 Km, sendo que a mesma se encontrava em boas condições. Na sequência pegamos um desvio para entrar na RS-020 e neste foram aproximadamente 12 quilômetros de estrada de chão batido e pedra até chegarmos ao início da descida da Serra da Rocinha. Observação: Como esse trecho da rodovia está em obras, ainda não sei exatamente o que é RS-020 ou o que é BR-285 pois ambas no mapa apresentam o mesmo nome e a BR-285 volta a se dividir e ir até a BR-101. Do início da descida até o ponto mais plano (em Timbé do Sul/SC) são aproximadamente 13 quilômetros, e foram mais 15 quilômetros até chegar ao Paradouro BR-285 em Turvo/SC. Como escolhemos passar pelas cidades de Farroupilha, Nova Veneza, Siderópolis e Treviso para chegar na Serra do Rio do Rastro, percorremos mais 115 quilômetros, e vale lembrar aqui que em Lauro Muller pegamos um atalho de aproximadamente 9 quilômetros de estrada de chão batido mas em muito bom estado de conservação. Da serra do Rio do Rastro até o hotel em Orleans foram 34 quilômetros. No total rodamos aproximadamente 194 quilômetros neste dia.
Mapa da rota de São José dos Ausentes/RS até Orleans/SC |
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